Há muito em mim que nem sei,
há algo em mim que é só meu,
há algo em mim que me surpreende,
há algo em mim que me dá asas,
há algo em mim que é vilarejo,
há algo em mim que é só eu,
EU, VOCÊ E A POESIA
Nossa viagem começa assim:
nós dois seguimos juntos nas trilhas da poesia,
seguimos passo a passo nos versos,
dançamos na cadência rítmica das rimas...
Mas se não houver rimas,
marcaremos o ritmo na musicalidade das palavras;
e com elas pintaremos as imagens com as cores da ilusão...
Através das palavras, nossos corpos se revelarão,
nas palavras, também, haverá espaço para a lua e para a noite,
para amores e para as flores,
e para todas as coisas que cabem num coração...
Selaremos, enfim, o poema no último verso
com as salivas de nosso beijo!
O encontro
Ela corria levemente em direção ao jardim.
as flores invejosas de sua beleza,
o vento invejoso de seu hálito,
o chão feliz pelos carinhos dos seus passos.
Ela caminhava agora entre flores e folhas;
o vento lhe soprava os cabelos,
o sol morno da tarde lhe banhava o tecido branco
que lhe cobria o corpo colando-se a ele
pela ação do vento.
Tudo naquele lugar era agora o paraíso
os lábios rubros,
os cabelos tingidos pelo sol
os seios que arfavam no embalo do correr...
O jardim...o jardim:
pinheiros altos ladeando uma escadaria de pedras antigas.
Ela subia e era linda ao subir
Parava às vezes como a se deixar observar
E voltava a subir
com sua tez alva de pérola ou marfim
A quem procurava?
Que alma gentil tivera tanta sorte
em possuir tão belo troféu?
Parecia uma dança sua procura
olhava um lado, depois outro,
corria uns passos... parava...
Chegou ao topo
o jardim se abrira aos seus olhos.
O sol banhou seu rosto quando sorriu...
Estendeu os braços...
Encontrou.